O outro lado do <em>Avante!</em>

Isabel Araújo Branco e Gustavo Carneiro
No ano em que se comemoram os 75 anos do Avante! , continuamos a fazer um retrato do jornal através das pessoas que o lêem, que o vendem, que o produzem ou produziram.
É o caso de Mariana Morais e de João Lopes.

Ele, responsável pela célula da OGMA do PCP, fala da importância do Avante! para os militantes.

Ela, nascida e educada no seio da imprensa clandestina do Partido durante a ditadura, conta como é ser criança num ambiente excepcional, marcado tanto pelo medo como pelas fortes convicções dos comunistas e pelos seus valores solidários.



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A menina dos olhos

«A primeira coisa que vi quando abri os olhos foram letras», conta Mariana Morais. Filha dos tipógrafos clandestinos Joaquim e Catarina Rafael, viveu os primeiros anos da sua vida com os pais numa casa isolada, perto de Coina, onde funcionava uma tipografia clandestina. A casa não tinha condições para um parto e Mariana foi nascer a Almada, na casa de Gabriel Pedro, também ele militante comunista.

«Um jornal muito humano»

«O nosso jornal.» É assim que João Lopes se refere ao Avante!, com naturalidade. É tão natural que nem repara. Mas a explicação surge rapidamente: «É “nosso” por ser do nosso Partido; é “nosso” enquanto trabalhadores; é “nosso” porque foca os nossos problemas, esclarece as nossas necessidades; é “nosso” porque é dirigido aos militantes do PCP e aos trabalhadores em geral.»